quarta-feira, 29 de julho de 2009
Karl Popper
«Mas cometes erros!», disse-lhe de rompante.
«Cometo, os erros fazem parte do processo de evolução, caso não sejam cometidos, jamais poderão ser detectados.»
«Já ligo algo sobre isso… Chama-se teoria da refutabilidade, da autoria de Karl Popper! Certo? Mas, diz-me… Cometes o mesmo erro duas vezes?»
Avó Maria Inês
Decidi ligar à avó Maria Inês, uma mulher determinada, como quase todas da família, irredutível nas suas decisões e elegantemente pedante, sem por vezes saber do que está falar, apesar de demonstrar o inverso. É alta, magra, mas de ombros largos, tentando disfarçar essa desproporção vestindo sempre casacos. Não gosta de ir à praia, por considerar um hábito indecente. Não abdica de uma visita diária ao cabeleireiro, nem dos perfumes Dior. Mas a sua verdadeira paixão é por jóias, principalmente por peças Lalique, Harry Winston e Cartier, como não poderia deixar de ser.
Carta de Catarina para o pai
Vila do Sol, 4 de Agosto de 2003
Rodolfo José,
Antes de iniciar a descrição do motivo que me traz a escrever-lhe esta missiva, devo confessar-lhe que lamento não ter podido despedir-me pessoalmente de si.
Como sabe, nestes últimos dias tenho estado com uns estranhos sintomas de depressão e decidi partir para a Quinta da Lua. Estou mentalizada da necessidade urgente de encontrar respostas que de momento parecem confusas e abstractas. Sinto-me num estado patológico de alienação persistente. Não estou nada bem…
Preciso de ausentar-me por uns dias, esquecer determinadas situações insignificantes e concentrar-me no que é verdadeiramente importante. Espero que compreenda a minha decisão com confiança e que não tire conclusões desajustadas à realidade.
Um dia, gostaria de uma contribuição sua para que as minhas questões fossem esclarecidas, sem negar a importância da necessidade de vencer determinadas metas que me proponho atingir, e que seguramente terão o seu consentimento e admiração.
Acredite, não é do meu interesse fugir de si, nem aceitarei a culpa da impossibilidade de mantermos um diálogo fluente, pois a postura que teima em manter é indigna de respeito. Recuso-me a reconhecer um cobarde como pai.
As maiores injustiças são cometidas, quando alguém opta pelo silêncio.
Catarina Beatriz Grado Vicente de Azevedo Mendonça
Rodolfo José,
Antes de iniciar a descrição do motivo que me traz a escrever-lhe esta missiva, devo confessar-lhe que lamento não ter podido despedir-me pessoalmente de si.
Como sabe, nestes últimos dias tenho estado com uns estranhos sintomas de depressão e decidi partir para a Quinta da Lua. Estou mentalizada da necessidade urgente de encontrar respostas que de momento parecem confusas e abstractas. Sinto-me num estado patológico de alienação persistente. Não estou nada bem…
Preciso de ausentar-me por uns dias, esquecer determinadas situações insignificantes e concentrar-me no que é verdadeiramente importante. Espero que compreenda a minha decisão com confiança e que não tire conclusões desajustadas à realidade.
Um dia, gostaria de uma contribuição sua para que as minhas questões fossem esclarecidas, sem negar a importância da necessidade de vencer determinadas metas que me proponho atingir, e que seguramente terão o seu consentimento e admiração.
Acredite, não é do meu interesse fugir de si, nem aceitarei a culpa da impossibilidade de mantermos um diálogo fluente, pois a postura que teima em manter é indigna de respeito. Recuso-me a reconhecer um cobarde como pai.
As maiores injustiças são cometidas, quando alguém opta pelo silêncio.
Catarina Beatriz Grado Vicente de Azevedo Mendonça
Robert Schumann e J. S. Bach
Sou louca por flores!
Charles Rennie Mackintosh
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